Conceitualmente, insuficiência
cardíaca de alto débito é quando sinais e sintomas ocorrem na vigência de um
débito cardíaco aumentado (volume minuto >8L/min ou um índice cardíaco >
3,9L/min/m2). Um estado de alto débito persistente pode estar
associado à dilatação ventricular e/ou hipertrofia, taquicardia persistente e
anormalidades valvulares funcionais, todos podendo culminar em insuficiência
cardíaca.
As duas rotas
possíveis para a redução da RVP são:
- Vasodilatação: anemia crônica,
hipercapnia crônica, tireotoxicose, sepse, Beribéri, gestação, doença hepática
e síndrome carcinoide.
- Shunt arterio-venoso: fístula
arterio-venosa sistêmica, doença de Paget, mieloma múltiplo, doença de
Albright, doença hepática e síndrome carcinoide.
Ambos os cenários
podem causar uma queda na pressão arterial sistêmica (baixo DC) levando a
ativação simpática, com aumento compensatório do DC e ativação neuro-hormonal
(incluindo o sistema renina-angiotensina-aldosterona e vasopressina). Esse
processo causa retenção de sal e água e insuficiência cardíaca clínica. 
Ao se suspeitar de
insuficiência cardíaca, baseado em história, sinais e sintomas, eletrocardiograma,
radiografia de tórax e peptídeos natriuréticos, pode-se realizar a seguinte
diferenciação:
| 
IC de
  alto débito | 
IC de
  baixo débito | 
| 
Periferia quente | 
Periferia fria | 
| 
Preservação da função ventricular
  esquerda | 
Disfunção ventricular esquerda | 
| 
DC > 8L/min | 
DC <4L/min | 
| 
SvO2 > 70-75% | 
SvO2 <65% | 
| 
Etiologia consistente com DC elevado | 
Etiologia consistente com DC baixo | 
|  | 
Doença valvar significante | 
Esta condição,
embora rara, é muitas vezes associada a uma etiologia potencialmente
corrigível. Na ausência de uma causa remediável, as opções terapêuticas são
muito limitadas, mas inclui a restrição dietética de sal e água, combinada à
utilização criteriosa de diuréticos. A utilização de terapias convencionais
para a insuficiência cardíaca, tais como os iECA, bloqueadores do receptor de
angiotensina e certos b-bloqueadores com propriedades vasodilatadoras, deverá reduzir
ainda mais a resistência vascular sistêmica, resultando na deterioração do
quadro. 
Algumas drogas vasoconstritoras
adrenérgicas intravenosas estão disponíveis (noradrenalina, efedrina,
metaraminol e fenilefrina) e podem ser usadas como adjuvantes a curto prazo.
Intervenção respiratória com PEEP elevada para edema pulmonar resistente também
pode ser útil.
Laís Janeczko
Acadêmica de Medicina (4° ano)
 
 
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