Disartria (anartria, quando completamente
ininteligível) é um distúrbio motor da articulação que não envolve disfunção
das áreas corticais responsáveis pela linguagem, de forma que compreensão,
leitura e escrita permanecem intactas.
Quando produzida por acometimento da inervação dos
músculos bulbares por neurônios motores inferiores (“paralisia bulbar”), ocorre
fraqueza palatal, escape de ar pelo nariz e hipernasalidade da fala. A má
pronúncia pode ser agravada por paresia da língua acompanhada de fasciculação.
Causas incluem esclerose lateral amiotrófica, síndrome pós-pólio, miastenia
gravis, polimiosite e dermatomiosite.
A disartria de neurônio motor superior (espástica) é
produzida por uma “paralisia pseudobulbar” e resulta numa pronúncia árdua e
lenta. Pode ser causada por envolvimento bilateral do córtex ou vias
descendentes
Disartria cerebelar apresenta-se como uma fala
semelhante à que resulta da intoxicação por álcool associada a uma incapacidade
de modular adequadamente seu ritmo e sua intensidade. Pode ser causada por dano
focal ao vermis. Doenças que geram dano cerebelar incluem esclerose múltipla,
degeneração cerebelar paraneoplásica, hipotireoidismo, deficiência de vitamina
E e doença celíaca.
Doenças
extrapiramidais (i.e., dos gânglios da base) têm apresentações distintas –
podem ser hipocinéticas ou hipercinéticas. Na doença de Parkinson,
caracterizada por alentecimento dos movimentos e rigidez, a fala é
hipocinética; o suporte respiratório, inadequado; as frases, lentas e monótonas
ou rápidas e curtas. Disartria hipercinética pode resultar de coréia,
discinesia orofacial e atetose. Neste tipo, há um discurso irregular devido a
um excesso de movimentos involuntários.
Rafael Araujo Iizuka
Acadêmico de Medicina (4° ano)