O Sarcoma de Kaposi foi uma das primeiras
doenças oportunistas reconhecida na infecção pelo HIV e ainda é a neoplasia
maligna mais comumente associada à SIDA. A idade média dos pacientes vítimas do SK/SIDA varia
em torno de 38 anos.
Em pacientes com SIDA, apresenta-se como tumores
vinhosos, freqüentemente elevados. O local mais comum de acometimento inicial é
a pele. As lesões cutâneas podem ser maculares, platiformes, papulares ou
nodulares, com dimensões que variam de alguns milímetros até placas confluentes
enormes ou nódulos de dez centímetros ou mais.
O SK também pode envolver gengiva, língua,
amígdalas, faringe e traquéia, podendo interferir com deglutição e a fonação,
resultando na perda dos dentes ou obstrução das vias aéreas superiores. Além
disso, há envolvimento de linfonodos em mais da metade dos casos dos pacientes
com SIDA, bem como, acometimento do trato gastrointestinal, em mesma
prevalência. Na maioria dos casos, o comprometimento gastrintestinal é assintomático,
porém o SK pode causar obstrução, sangramento e dor e envolver todos os
segmentos do tubo digestivo.
A doença pode, ainda, comprometer a função pulmonar,
a partir de lesões que podem se localizar em parênquima pulmonar, árvore
brônquica ou pleura. O envolvimento da pleura ocorre em até 70% dos pacientes com
SK pulmonar e leva à formação de derrame pleural, geralmente hemorrágico. A
partir do diagnóstico de SK pulmonar, a sobrevida do paciente diminui consideravelmente,
e o óbito ocorre por insuficiência respiratória.
Caroline Frazão Scheffer de Mello
Acadêmica de Medicina (4° ano)